PALAVRA DA IGREJA:
CARITAS
Declaração de Bogotá
Encontro – Workshop Interfronteiriço Pró-Venezuela
“Cada vida que encontramos é um dom e merece acolhimento, respeito e amor”, Papa Francisco, mensagem da Quaresma 2017.
1. Durante os dias 24 e 25 de abril de 2018, representantes das Irmãs Scalabrinianas e Pastorais Sociais, Cáritas do Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Peru e Venezuela, convocadas pela Cáritas Internacional, reuniram-se para participar do Encontro – Pro- Workshop Transfronteiriço da Venezuela.
2. Lamentamos a realidade atual do povo venezuelano, marcada pelas seguintes características, a saber:
a) O empobrecimento suportado pelo povo. Estima-se que nos últimos quatro anos a população em situação de pobreza aumentou de 40 para 87%;
b) Um processo inflacionário crescente nos últimos anos que gera exclusão, desigualdade e empobrecimento;
c) A queda do poder de compra do salário mínimo dos trabalhadores;
d) O alto número de venezuelanos deixando seu país em busca de novos horizontes é estimado em aproximadamente quatro milhões de pessoas.
3. Com alegria e esperança notamos, em toda a América Latina e Caribe, a presença ativa de Congregações Religiosas, Caritas Pastorais Sociais, Movimentos, comunidades de base, grupos apostólicos, outras Igrejas cristãs, organizações sociais e populares que se comprometeram em favor da imigrantes venezuelanos.
4. Diante desta realidade, reafirmamos nossa fé em Deus, que é compassivo e misericordioso, que nos encoraja a acolher, proteger, promover e integrar todas as pessoas que foram forçadas a emigrar da Venezuela para outros países da região.
5. Como seguidores de Jesus Cristo na comunidade de discípulos e discípulas, confrontados pela realidade e animados por sua mensagem, encorajamos:
a) Governos, vários poderes estatais, políticos e todos os funcionários públicos para reconhecer todos os migrantes como sujeitos de direitos, de acordo com mecanismos de proteção internacional;
b) Os cidadãos e a sociedade civil os acolhem fraternalmente e não discriminam as pessoas que migram, sabendo que não são responsáveis pelas situações que ocasionam esses processos migratórios;
c) Que os meios de comunicação utilizem os meios de comunicação e transmitam mensagens amáveis e acolhedoras que sensibilizem os cidadãos para o reconhecimento do valor da interculturalidade e integração;
d) Aos membros de nossa Igreja para que, a partir de uma conversão permanente e inspirados pelos princípios e valores do Magistério do Papa Francisco, nos comprometamos com a campanha “Compartilhe a Jornada”, acolhendo, protegendo, promovendo e integrando todos os migrantes venezuelanos.